domingo, 30 de agosto de 2009

PECUARIA NORDESTINA

Em seis barcos, a grossa expedição aportara à Bahia, em 29 de março de 1549, comandada por Tomé de Souza, a quem el-rei D. João III, confiara a edificação da Capital do Novo Estado, trazendo como almoxarife da fazenda real, um rapaz protegido do primeiro governador, chamado - Garcia D'Avila.
Pedro Calmon, na "História da Casa da Torre", de onde extraímos estes informes baseados em copiosa documentação histórica, estuda a dinastia desse pioneiro e conta-nos em páginas de encantadora beleza, vibrantes de entusiasmo evocativo da formação da nacionalidade, a ação desse homem surpreendente, rude e bravo.
À "sombra de um tejupar", o almoxarife da casa real, no afam de despachar os pedidos de materiais para as construções, "trabalhara como um operário do rei Salomão, nas obras gigantescas daquela Jerusalém tropical", ao lado dos seus companheiros de expedição, de envolta com os índios de Caramurú, o marido de Catarina Paraguassú, a formosa cabocla que "vira em sonhos, antes de a achar encalhada nas areias da praia", a imagem da milagrosa Virgem, venerada na ermida existente na "lomba suave da Graça.
[...]
A ação vigilante e enérgica; a astúcia, a inteligência, a bravura e a tenacidade, orientadas pela ambição insaciável de Garcia D'Avila e seus descendentes, reservaram para estes heróis de tantas jornadas, de tantas lutas em vários campos e nas mais diversificadas circunstâncias, o papel histórico que a Casa da Torre tão brilhantemente desempenhara na formação da nacionalidade, no desenvolvimento e de expansão econômica da agricultura, na conquista do sertão e no povoamento do solo.
Enquanto um boi andar pelos sertões ocidentais, sonolento ou remoendo, perdurará na memória dos brasileiros, a admiração pela figura inolvidável de Garcia D'Avila - o fundador da Casa da Torre, cujos destroços, lembram hoje, um velho e majestoso poder, recordando na poesia das paisagens nordestinas - gerações de heróis que souberam funda-la e melhor defendê-la."

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